PRESS REVIEWS
RIO SONATA starring Nana Caymmi

in English, Français, Portuguese, Spanish and German... just scroll down

ENGLISH

A MUSICAL POEM
© the Link, FIFA Screens Doc on Nana Caymmi
by OSKANA CUEVA &emdash; MARCH 22, 2011
---> Online
--->PDF
It is impossible not to fall in love with Rio de Janeiro after watching Rio Sonata.
French-Swiss filmmaker Georges Gachot brings us his latest musical masterpiece: a two-in-one tribute to Nana Caymmi, one of Brazil's greatest singers, and "the marvelous city" of Rio.
 
Gachot presents a broad, unchronological overview of the artist's career, focusing primarily on giving the viewer an emotional experience. Marrying the breathtaking views of Rio to the warmth and romantic voice of Caymmi, Gachot tells a story that targets our hearts and senses.
 
The film starts with images of a rainy Rio, covered by ashy clouds as Caymmi begins to tell the story of her life.
Born to a family of celebrated musicians, music runs in her blood. Everything she says and does is done with a certain grace and with a certain sense of melody.
 
After divorcing her first husband in 1966 and returning back to Rio with her kids, she dedicates herself professionally to what, until then, was a naturally flowing musicality.
Her strength lies in her foundation&emdash;the classics. She cites Debussy and Satie as examples of the many that inspired her singing. However, she clearly flees from any musical label. "I sing what I like, whether it's a ballad, bolero, bossa, samba or a popular song."
 
There is a deep, melancholic desire from Caymmi, a longing for memories and the feelings attached to them. "The modern technology world is not my high. I would very well go by with candle light living next to Monet," she says in the film. "Time is so much taken for granted in the younger years; you realize its value later." With a career spanning 40 years, 40 albums, two gold disc awards and a Latin Grammy, Nana Caymmi is very much loved and respected.
 
Gachot impels the audience on a journey to the core of Caymmi's heart that she so willingly opens, by telling her life philosophy with words and songs. "It's a love film, an encounter with yourself," said Gachot about the work. Totally true, Nana's repertoire is only about love, but in different shades and rhythms. "Music needs to bring emotion, satisfaction in the deepest sense. The stage is the perfect place to hide your own emotions if wanted," she says in the film.
 
The film was warmly applauded at its opening night at FIFA. Anyone having a sensitive cord in their body will be moved. Let yourself be transported by the emerald-turquoise-wave of this film and see why George Gachot's work is in the FIFA's competition list.
 
© VARIETY, 8. 11. 2010
by JAY WEISSBERG
--->online / --->PDF 
Singer Nana Caymmi may not be well known outside Brazil, but with any luck, Georges Gachot's "Rio Sonata" will change that. Now pushing 70 but with a voice possibly smoother than when she started, Caymmi effortlessly moves from bossa nova to a laid-back jazz style that's left a mark on Brazilian music for the past two generations. Shooting over six years, Gachot, whose previous docus include films on Martha Argerich and Maria Bethania, crafts a silky, soft-spoken love poem to both Caymmi and Rio that's sure to beguile fests, Euro cable and ancillary.
 
As the daughter of noted songwriter Dorival Caymmi, Nana was born in the business but waited until her mid-20s before beginning a singing career. Gachot isn't interested in documenting the highs and lows of her professional or personal life (her second husband was Gilberto Gil), but rather films her in recording studios and onstage, basking in the warmth of her voice and the kinds of songs that lead to latenight reveries. He's matched the music with unusual images of Rio, showing the city in gray-blue twilights and rain, or via lovely helicopter shots. Tech credits are pro.
Reviewed at Rio de Janeiro Film Festival (Another Brazil), Sept. 27, 2010.
 
© Vancouver Sun, 5.10.2010
Marke Andrews
---> online
If you watch this documentary on Brazilian singer Nana Caymmi, be sure to stay to the very end, when she performs the ballad Smile in Portuguese. This song says as much about Caymmi musically as the film does - how she injects emotion into a lyric and a melody, leaving you wishing the song would go on forever. Director Georges Gachot's crew melts into the background to capture the vocalist and her exuberant personality (playing canasta with friends, she shouts, "Stand by me, Satan!"). One sequence in particular shows what she means to her fans; at a daylight concert, the camera peers over her shoulder to show the rapt faces of people in the front rows. It reminds you of what someone once said when jazz pianist Art Tatum made an appearance: "God is in the house."
From the Vancouver Filmfestival 2010
 
© Ballet Alert
Online--->
"Rio Sonata" is a wonderful documentary on the Brazilian singer Nina Caymmi. She's quite a character and easily carries the film, and there's plenty of her splendid singing, from earlier footage and as she records live during the filming. There are some short interviews with her father and brother, song writers Dorival and Dori Caymmi, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Antonio Carlos Jobim, Maria Bethânia, Joao Donato, Mart'nalia, Erasmo Carlos, Sueli Costa, and Miùcha. It's a big love-fest, but her singing justifies it. (In Brazilian Portuguese)

PORTUGUESE

LANCAMENTO DVD NO BRASIL PELO SELO DA MARIA BETHÀNIA- 2013
 

Nana Caymmi, uma maneira de conhecer a diva. © Aviso em Dois.

 
Nana Caymmi: "Só mesmo um francês para entender o que faço, para fazer um filme. Público eu tenho em qualquer lugar, mas ele colocou a artista, a intérprete, coisa que o Brasil não conseguiu fazer nas telas porque eu não rendo dinheiro. Chama-se cultura, arte". Quanta sabedoria e franqueza. © Digitaljazz
 
Densa como a neblina do voo rasante da primeira cena, Nana Caymmi recebe homenagem tão positivamente passional quanto a de outra brasileira retratada por Gachot, Maria Bethânia, no cintilante Música é perfume, de 2005. © Divirta-Se
 
Documentário por ora lançado em DVD pelo selo 'Quitanda', de Maria Bethânia. 6/7/2013, Julio Vesar Biar © Divercidade
O cineasta franco-suíço Georges Gachot captou parte da rica história da filha de Dorival Caymmi em 'Rio Sonata'.
 
FILME REVELA NANA CAYMMI POR INTERIO. 13/7/2013,© Divirta-Se, Kiko Ferreira, EM Cultura
Densa como a neblina do voo rasante da primeira cena, Nana Caymmi recebe homenagem tão positivamente passional quanto a de outra brasileira retratada por Gachot, Maria Bethânia, no cintilante Música é perfume, de 2005.
 
FILME SOBRE NANA CAYMMI SAI PELO SELO DE MARIA BETHANIA.
Leonardo Lichote 30/5/2013 © O'Globo,
Encontro marca mais um capítulo de uma amizade que remonta aos anos 1960 e inclui cantorias em táxis, banquetes de Dona Canô, canções favoritas e admiração mútua
 
Selo de Maria Bethânia lança filme sobre Nana Caymmi. 2/6/2013 © Folha de Sao Paulo

CINEMA 2011
A LIBERTADORA VOZ DE NANA
Ana Teresa Baptista, 25 de Maio de 2011© Noticia Capital
online--->
 
RIO SONATA: A CIDADE E A INSPIRAÇÃO DE NANA CAYMMI
Antonio Gil Neto © escrevendo.cenpec.org.br
 
CAYMMIS
CAETANO VELOSO, Coluna, Segundo Caderno © O'Globo, 1.5.2011
PDF--->
 
DOCUMENTARIO EXALTA A OBRA DE NANA CAYMMI
Por Joao Fernando © O Dia, 22.4.2011
--->online
Rio - Melhor do que saber pelas revistas é espiar a intimidade dos artistas direto da fonte. Essa é a sensação ao assistir 'Nana Caymmi Rio Sonata', documentário dirigido pelo suíço Georges Gachot &emdash; o mesmo de 'Música É Perfume', sobre Maria Bethânia. Apesar de a maior parte da produção mostrar raras imagens de arquivo e momentos da cantora no palco e no estúdio, o grande barato são os registros de Nana Caymmi totalmente à vontade diante da câmera, de uma maneira que até os fãs vão se surpreender.
 
Memorias do Mar © 9.5.2011
--->online
Georges Gachot é um cineasta belga que se apaixonou pelo melhor da MPB; primeiro foi Maria Bethânia, entre o Rio, Salvador e Santo Amaro. Agora é Nana no seu Rio de Janeiro.
Rio Sonata  é o canto inclassificável desta mulher, filha do nosso patriarca Caymmi, que com 70 anos de idade, é uma das maiores cantoras do mundo na contemporaneidade. O filme desenha isso: a força do canto mais que lindo e preciso de Nana Caymmi. Não prestei atenção na narrativa, nem no reconhecido talento de Gachot de captar belas imagens, e de contrastar a grandeza da nossa música e a pobreza do nosso povo; não, eu vi e ouvi o canto de Nana. Dilacerando a mim e plateia, consolidando a sua auto-consciência de enorme cantora: " adoro me ouvir cantando". Vi o documentário duas vezes e,em casa, não paro de ouvi-la cantar Saudade de Amar, uma de suas canções favoritas, na voz dela uma das minhas também.
Eu quero Nana cantando, gravando discos,fazendo shows, até aqui em Salvador,cidade que, de verdade, ela odeia.
Mas eu a amo e nesses dias de outono então... Ouvi-la é um estado de paixão contínua e eu adoro me sentir assim, mesmo que não esteja assim. Veja Rio Sonata.
 
A DONA DA VOZ, Documentario do francês Georges Gachot traz marcante apresentaçoes de Nana Caymmi
Por Miguel Barbieri Jr., 27.4.2011
---> PDF
"Diretor francês radicado na Suíça desde os 18 anos, Georges Gachot tem ligação afetiva e profissional com a MPB. Em 2005, esse documentarista lançou "Maria Bethânia &emdash; Música É Perfume" e agora se debruça sobre a carreira de outra grande cantora brasileira. Nana Caymmi em Rio Sonata segue a linha narrativa do trabalho anterior de Gachot. Trata-se de um registro carinhoso, sem polêmicas nem declarações ousadas, voltado, sobretudo, para os fãs de Nana Caymmi. Conforme aponta o título, o Rio de Janeiro aparece como pano de fundo, em cenas ora poéticas, ora displicentes.
Gachot conheceu Nana em 2004, quando gravava no Canecão o show "Brasileirinho" para o documentário de Bethânia. No camarim, flagrou as duas mais Miúcha improvisando a cappella "Vestido de Bolero", de Dorival Caymmi. A deliciosa sequência foi aproveitada no novo filme. Mais nostálgicos, há outros momentos marcantes: a sua participação no festival da TV Record de 1967 defendendo a canção "Bom Dia", a dobradinha com o piano de Tom Jobim em "Só Louco" e arrasando em "Atrás da Porta", numa homenagem a Elis Regina em programa de 1997 da TV Globo.
Nana não é de meias palavras e diz que, embora fosse casada com Gilberto Gil nos anos 60, nunca entendeu a Tropicália. Sem modéstia, confessa: "adoro me ouvir cantando". Gachot passa de raspão pela intimidade e pelas relações conjugais da biografada, detalhes que parecem pequenos diante de uma intérprete de fôlego, com uma potente extensão de voz. Seja em estúdio ou no palco, Nana traz um timbre único em interpretações quase sempre arrebatadoras, conforme demonstra nas marcantes versões para "Resposta ao Tempo", "Não Se Esqueça de Mim" e "Sábado em Copacabana", entre outras pérolas entoadas ao longo da projeção. Arrematam o bom programa as entrevistas de demais craques da música, a exemplo de Milton Nascimento, João Donato e Erasmo Carlos. Em tempo: na sexta (29/04), Nana festeja seu 70º aniversário.
 
MUSICAS NAS ALTURAS, 2.5.2011
--->online
 
© Jornal do Comercio, Porto Alegre, 6.5.2011
---> Online
Documentários sobre personalidades da música brasileira parecem ser o forte do suiço Georges Gachot que dirige Nana Caymmi - Rio Sonata. O longa chega para saldar uma dívida que o Brasil tem com Nana, de não valorizá-la como uma das suas maiores cantoras. Nana merece ser reverenciada, como é no filme, por sua linhagem musical, por sua voz inigualável, seu repertório inequívoco, sua postura, seu talento que conseguiu por muitos anos manter-se à margem de todos os modismos e invenções.
Nem bossa nova nem tropicalista. Nem tão baiana quanto o pai, nem tão melodramática quanto tantos a queriam. Ela tem voz própria, sentido único, presença marcante do início ao fim do filme. O mais curioso deste competente documentário sobre uma personalidade tão genuinamente brasileira é que mais uma vez tenha sido um estrangeiro a se encarregar da empreitada. A resposta ao tempo de Nana é sua atemporalidade. E isso o filme, que ainda irá estrear com exclusividade na Sala NT, retrata na perfeição.
 
CINE PIPOCA CULT © 2.5.2011
Rio Sonata é um documentário musical, como muitos outros que tem surgido no Brasil nos últimos tempos. Mas este tem algumas particularidades interessantes. Primeiro, é sobre uma brasileira, mas dirigido por um francês / suiço, Georges Gachot, o mesmo que dirigiu o documentário de Maria Bethânia, Música é Perfume. Depois, ele não é uma simples compilação de depoimentos que constroem a vida de Nana Caymmi. Rio Sonata busca um sentido macro, uma poesia, uma construção fílmica que encadeia a história da cantora...
--->online
 
NANA CAYMMI E MELHOR QUE BILLIE HOLIDAY, afirma diretor do documentário sobre musa da MPB
Por Heitor Augusto © 18.4.2011 Cineclick
---> online
O franco-suíço Georges Gachot não se esquece da primeira vez que viu Dinahir Tostes Caymmi no palco. "Estava filmando o show Brasileirinho, da Maria Bethânia, no Canecão", conta, num esforçado português, o diretor ao Cineclick. "De repente veio uma mulher que eu não conhecia cantando João Valentão. Foi um choque, fiquei me perguntando quem era aquela mulher a cantar o jazz melhor do que Billie Holiday".
 
O encontro &endash; chamado de "choque cultural" por Gachot &endash; desdobrou, seis anos depois, no documentário Nana Caymmi em Rio Sonata, que chega aos cinemas nesta sexta-feira (21/4). A câmera segue a cantora, apresenta seus parceiros e desvenda seu universo marcado por interpretações fortes de Resposta ao Tempo, Não se Esqueça de Mim, Sem Você e muitas outras.
 
Gachot conta que não se sente confortável em ver Nana Caymmi em Rio Sonata classificado como documentário. "Faço filmes musicais, uma forma específica de cinema. Trabalho para descobrir a forma do filme musical, permitindo o espectador entrar na arte ou na força da música de uma intérprete".
 
No documentário (ou filme musical, como prefere Gachot), o espectador acompanha Nana por vários lugares da cidade, divide a intimidade do estúdio de gravação, intui suas aproximações musicais. Por exemplo, a longeva parceria artística com o irmão Dori Caymmi.
 
Paralelamente, a música da intérprete que surgiu em 1966 com a canção Bom Dia, cantada ao lado de Gilberto Gil no Festival Internacional da Canção, ilustra pedaços do Rio de Janeiro. "No começo visualizava um filme mais avermelhado ou amarelado. Penso que a música da Nana é leve, ligeira. Ou seja, teria de construir um filme da mesma maneira, quase como levitação, um filme impressionista", explica Gachot, que revela ter 100 horas de material filmado.
 
Bethânia X Nana Caymmi
 
"Demorei um ano e meio para editar". O motivo? A dificuldade de se livrar de Maria Bethânia. "Antes de montar este Nana Caymmi em Rio Sonata ainda estava muito imbuído de Música É Perfume, documentário sobre a Bethânia. As duas têm uma dinâmica muito diferente, demorei a me desvencilhar".
 
Um dos momentos mais engraçados do documentário é quando Nana mostra desdém pela Tropicália: "eu nunca entendi, se alguém sentar aqui e me explicar em posso até entender". Ponto polêmico que o filme decide não explorar. "Isso é discussão para outro filme", argumenta Gachot.
 
O universo de Nana é muito mais próximo do clássico do que o popular. "Às vezes fico pensando: o que um Bach ou Mozart, se conhecessem a música brasileira de hoje, fariam com isso? Bach certamente gostaria da ideia de compor para Nana. Também acho que Schumann ou Debussy adorariam compor uma canção para ela, para o timbre dela", opina o diretor.
 
Gachot revela também que fazer filmes musicais será sua aspiração pelo resto da carreira. "É a minha vida. A música tem um mistério que quero descobrir, trata-se da arte máxima porque você pode compartilhar. Quero encontrar a criação artística"
 
CANTORA SE EMOCIONA COM HOMENAGEM E LAMENTA A FALTA DOS PAIS NESSE MOMENTO
por Ana Linhares © Extra, 25.4.2011
--->online
 
CARIOCA, COM TEMPERO BAIANO
©Jornal do Brasil, 22.4.2011, Paulo Marcio Vaz
Online--->
Sem pieguismo, Nana Caymmi em Rio sonata é uma verdadeira declaração de amor ao Rio, à música e à vida. Talvez seja esta a melhor definição para o documentário brilhantemente dirigido pelo franco-suíço Georges Gachot (o mesmo de Música é perfume, sobre Maria Bethânia) dedicado à cantora. Nana demonstra, no palco e na intimidade, que soube herdar a porção de talento que o pai lhe deixou, e acrescentar o seu, resultando numa carioca com ótimo tempero baiano.
Rodado inteiramente no Rio, entre sacolejadas dentro de uma van pelas ruas esburacadas da cidade, sessões de carteado em casa com os amigos, gravações em estúdios e flagras de bastidores nos camarins, Nana vai conquistando o espectador com sua juventude, no auge dos 70 anos.
Divertidíssima e descontraída na maior parte do tempo, a cantora capricha até na hora de soltar um palavrão durante a jogatina: "PQP, eu adoro me ouvir!", exclama, enquanto escuta a si própria cantando.  Até mesmo os palavrões muito bem colocados mostram que Nana não sabe só cantar, mas também viver a vida numa boa.
 
UM ACALANTO PARA NANA
Às vésperas de completar 70 anos, cantora ganha filme em sua homenagem, dirigido pelo francês
Georges Gachot, que entra em cartaz nesta quinta
©, Estadao.com.br, 20.4.2011 , Luiz Zanin Oricchio
Online --->
 
SEM POUPAR CORAçAO
© Diariodo Grande ABC, 21.04.2011, Thiago Mariano
online--->
Nana Caymmi, uma das vozes mais potentes - e certamente a mais sofisticada - da música popular brasileira, ganha hoje
justa homenagem à sua história, com a estreia do documentário Nana Caymmi em Rio Sonata, com direção do franco-suíço
Georges Gachot (o mesmo de Música é Perfume, sobre Maria Bethânia). O longa está sendo exibido apenas em salas da
Capital.
 
PARTITURA DA ELEGANCIA
Rodrigo Fonseca © O Globo, 20.04.2011
Online--->
Nana CaymmI em Rio Sonata' começa indeciso, tropeçando numa ingenuidade similar à de "Orfeu Negro", de Marcel Camus, sempre que se deixa embevecer por praias e outras paisagens de cartões-postais ao olhar o Rio de Janeiro. Não se sabe, no primeiro quarto de filme, se o franco-suíço Georges Gachot, do leite de rosas "Maria Bethânia - Música é perfume", quer fazer a cinebiografia de Dinahir Tostes Caymmi ou se quer usá-la como cicerone para uma jornada pela geografia (física e afetiva) da cidade. Ambas as opções, em desempenho solo, renderiam um espetáculo prazeroso. Em dueto, elas se embolam.
 
Mas, passados 30 minutos anestesiados pela voz de Nana, Gachot encontra um equilíbrio, optando pela cantora, costurando depoimentos com delicadeza (embora sem refinamento plástico de montagem). Seu Rio, pouco a pouco, vira um Rio gris, adulto, com o tom da intérprete. Pela batuta da delicadeza, o diretor anula polêmicas e dá a cada canção uma ribalta. O tímpano agradece.
 
NANA CAYMMI COMANDA A AçAO EM "RIO SONATA"
Online---> © Julio Cesar Biar
 
NANA CAYMMI é MELHOR QUE BILLIE HOLIDAY, AFIRMA DIRETOR DO DOCUMENTARIO SOBRE MUSA DA MPB
© Cineclick, 18/04/2011 Heitor Augusto
Online--->
 
FERNANDA MONTENEGRO VAI PRA PRE_ESTREIA DO FILME SOBRE NANA CAYMMI
Terra.com, 18.4.2011,
Online--->
NANA CAYMMI em Sessao exclusiva de cinema no Instituto Cultural Cravo Albin (Rio de Janeiro, 2.3.2011)
 "Rio Sonata" foi apresentado no verao de 2011, no instituto Cultural Cravo Albin, en sessao exclusiva de cinema, que contou com a presença do proprio Georges Gachot, o jornalista Arthur Xexéo, de Stella Caymmi, Pery Ribeiro, além de outros convidados.---> online
 
A ALMA DE NANA CAYMMI
"Gente Boa", Joaquim Ferreira Dos Santos, O'Globo 3. Março 2011
 
 
UM TOQUE DE LIRISMO
Fernanda Ikedo / Agência BOM DIA © 2011
Online--->
As primeiras cenas do documentário "Rio Sonata", sobre Nana Caymmi, com pré-estreia nacional nesta sexta-feira, no Cine Villàgio 3, foram feitas em Sorocaba. É o que declara, em entrevista exclusiva ao BOM DIA, o cineasta franco-suíço Georges Gachot
 
O cineasta franco-suíço Georges Gachot, produtor e diretor do documentário musical "Rio (#) Sonata", responde às perguntas do BOM DIA sobre sua relação com a música brasileira e fala sobre sua recente obra, que será exibida nesta sexta-feira, às 20h30, em pré-estreia nacional, em Sorocaba. Da Suíça, onde reside, Georges Gachot, fã confesso de Maria Bethânia e Nana Caymmi, declara com uma simplicidade poética, como a música (#) brasileira o tocou e o inspira em seus trabalhos. A entrevista foi intermediada pelo produtor cultural Marco de Almeida, que traduziu, do francês (#) , via e-mail, as respostas do cineasta às perguntas do BOM DIA.
 
O documentário de Nana é o segundo na lista de suas produções sobre cantoras brasileiras. Como foi que surgiu sua paixão pela música brasileira?
Georges Gachot - Eu descobri a musica brasileira quando assisti um show de Maria Bethânia em Montreux em 1998, na Suíça. Essa grande senhora do palco que é Maria Bethânia foi uma revelação e ao mesmo tempo descobri uma musicalidade muita próxima de mim. Eu penso em particular sobre a condução da melodia, a variação harmônica da música brasileira... e neste momento eu não entendia nada da língua portuguesa, mas penso que eu entendia a ideia artística, a projeção emocional. Depois do show, completamente em choque, eu me lembrei do momento da infância em que pesquisava novas músicas e não tinha êxito. Nesta noite, portanto, eu descobri finalmente uma parte de minha sensibilidade musical que eu não conhecia, mas que eu
esperei encontrar há muito tempo.
 
Como foi a recepção do público ao documentário "Rio Sonata" durante a exibição no Festival de Cinema do Rio de Janeiro?
Georges - Eu fiquei muito nervoso em apresentar meu segundo filme depois do sucesso do filme sobre Maria Bethânia, "Musica é Perfume". Mas muitos músicos que eu encontrei durante este trabalho para fazer esse filme, estavam presentes naquele dia. Muitas personalidades próximas de Nana incluindo Gilberto Gil, Gloria Perez, Danilo Caymmi, Stella Caymmi, João Donato, Cristóvão Bastos, entre outros estavam lá. Foi muito bom poder ver a Nana Caymmi muito feliz no meio de seus amigos todos para mostrar um reconhecimento na sua carreira exemplar. Para mim, compartilhar esse momento perto de Nana depois de seis anos de trabalho foi como um novo dia. Meu presente para ela, minha razão de viver todos esses anos e mostrar esta grande
artista e a sua ideia de uma música maiúscula e, por isso, importantíssima. Eu senti que o público, naquela noite, entendeu isso.
 
A que se deve a sua escolha de mostrar o outro lado do Rio de Janeiro, chuvoso, nublado. Para evitar os clichês ou por combinar com o estilo de Nana Caymmi?
Georges - Meu filmes não fazem publicidade de turismo! Sem brincadeira...mas se você prestar atenção, Rio de Janeiro tenha muitas facetas. A meteorologia gosta muito de mudar por lá! Nunca vi um dia sem nuvem, sem jogo da luz, capricho do vento, ou a surpresa de uma nuvem preta saída da grande floresta para desaparecer no pó do sol. Para mim minha lembrança dessa cidade maravilha não é o sol e céu azul. Minha origem é da Bretanha, uma parte da França onde o mar e suas marés são muito fortes. Isso influencia a meteorologia que muda o tempo todo. Eu gosto disso, também porque isso reflete nossa vida cheia de
surpresas. Eu pensei uma vez que Maria Bethânia é o sol da música brasileira e Nana Caymmi é a lua cheia. Talvez eu tenha pensado numa luz do Rio para banhar meu filme que sempre é um espelho dessa música tanto sensual que Nana saber interpretar como ninguém. Em alemão, existe uma expressão "a chuva faz bonita" (Regen macht schön)...uma boa filosofia para ouvir canção de amor. "Rio Sonata" talvez seja o grande filme de amor do ano de 2011.
 
DIRETO NO CORACAO
DJ Zé Pedro © 2011
Online--->
Ontem eu fui ao cinema e não vi filme algum. Só chorei. Só ri. Só me emocionei. O documentário Rio Sonata sobre a cantora Nana Caymmi é a confirmação de sua importância nas minhas memórias afetivas. No inventário da música popular brasileira.
Foi ainda menino, no ano de 1980, que atravessei a rua onde eu morava no bairro de Copacabana e entrei num teatro para ver Nana Caymmi cantar. E nunca mais sua voz saiu dos meus ouvidos. Na porta comprei seu álbum Mudança dos Ventos e o forte impacto nunca mais se desfez. Todas essas lembranças foram iluminadas ontem durante o filme dirigido com sensibilidade pelo francês Georges Gachot. Durante a projeção Nana apresenta o império de suas verdades aliado à sua genialidade musical. Logo numa das primeiras canções apresentadas, a antológica Medo de Amar de Vinicius de Moraes, a platéia foi tomada por uma emoção absurda e minhas lágrimas começaram a descer. Mesmo quando, em alguns momentos, Nana parece não estar em seus melhores dias ao ensaiar displicentemente uma canção em estúdio, sua emoção invade a tela. Não tem jeito: mesmo rejeitando, muitas vezes, esse posto de diva, Nana Caymmi é a senhora soberana da canção brasileira.
 
E ela pode tudo: mistura a pop romântica Na Rua, Na Chuva , Na Fazenda com Dorival Caymmi e tudo faz sentido através do fio condutor que é a sua emoção de intérprete. Nana passeia pelas ruas do Rio de janeiro, sua terra natal, e seus olhos ao contemplar uma cidade longe de suas lembranças de menina , dizem tudo. Sentimentos em carne viva que se misturam ao olhar estrangeiro do diretor sobre as belezas naturais da eterna cidade maravilhosa. O encontro no camarim com Bethânia e Miúcha é de uma espontaneidade essencial para se entender a admiração mútua entre essas três mulheres. Copos de uísque nas mãos, risadas e muita música, fazem dessa cena o melhor momento do filme. Junto com os momentos captados no tempo presente, o filme também mostra imagens poderosas de arquivo como Nana defendendo a canção Bom Dia com o seu então marido Gilberto Gil no Festival da Canção e o encontro emocionado com Tom Jobim no palco ao cantar Sem Você e Só Louco. Jogando carta informalmente com algumas amigas em casa, ela própria confessa o que todos ali naquela sala escura gostariam de escutar : "eu adoro me ouvir cantar", e eu juro ter ouvido todos ao meu redor gritarem: "Eu também ! Eu também !
E mais eu não conto. Uma noite com Nana Caymmi vale mais que mil filmes. Por isso, ontem eu não fui ao cinema.
 
NIRVANA
Blog, Luiz Carlos Merten, © Estadao de Sao Paulo, 10 janeiro 2011
Online--->
...quero falar de Nana Caymmi. Fui ver ontem o show dela. Fiquei chapado. Nana começou cantando seu pai, Dorival, 'Marina'. À minha esquerda, havia uma senhora, mas o comentário não foi dela. Foi de duas ou três poltronas além. Quando Nana terminou de cantar, outra voz de mulher definiu &endash; 'Que voz mais asseada!' Já ouvi falar de voz limpa, mas asseada foi a primeira vez. Gostei. Nana é sempre tão intensa, tão visceral. E canta com a simplicidade, sem afetação. Fiquei me lembrando o tempo todo do documentário de Georges Gachot. Tem gente que implica porque o diretor incluiu um depoimento de Martinália, que não tem nada a ver, mas, conhecendo Gachot, acho que ele o fez porque Martinália faz uma observação específica que ele não deve ter encontrado em mais ninguém. Quando o filme estreia? Me emocionei muito com 'João Valentão', também de Dorival Caymmi. Aquilo é cinematográfico. Parece um curta. E a música passa o amor de Caymmi pelo homem comum, uma coisa geracional, de quem acreditava na força do povo. Quando Nana cantou Agustín Lara, 'Solamente Una Vez', fiquei pensando. Ele foi casado com a lendária Maria Félix, uma das mulheres mais belas do cinema. Uma estrela, uma deusa. Adoro o título daquele melodrama que ela fez, acho que do Roberto Gavaldón, 'La Diosa Arrodillada'. Viajei no imaginário e me deu vontade de pesquisar se Agustín Lara fez a música para, ou por, Maria. No final, Nana, aplaudidíssima, voltou para o bis e, no segundo, cantou 'Smile'. Grande Chaplin. Cinema, de novo. Chaplin compôs 'Sorri' para 'Luzes da Ribalta', em 1952, mas o filme só estreou nos EUA 20 anos mais tarde, porque na época ele estava na mira do macarthismo. A trilha de 'Luzes da Ribalta' ganhou o Oscar ou foi só o de canção para 'Smile'? Aquela história de fingir, na hora da dor, para que todos pensem que você sorri de verdade me lembra sempre Fernando Pessoa, o artista como fingidor, que finge ser dor a dor que realmente sente. Na saída, encontrei &endash; encontramos, Dib Carneiro estava junto &endash; Maria Adelaide Amaral. Ela é sempre tão carinhosa. Quem me encontrasse às 8 da noite de ontem ia achar que eu estava no Nirvana. Não estaria enganado.
 
OS SETENTA ANOS DA MAIOR CANTORA DO BRASIL
© Terra brasil, 14 janvier 2011, Deolinda Vilhena, De Salvador (BA)
primeira das homenagens pelos seus 70 anos de vida Nana recebe de um estrangeiro. Nada mais normal quando se trata de Brasil. Graças ao cineasta franco-suíço, Georges Gachot, o papel de Nana Caymmi na música popular brasileira está registrado para a eternidade no documentário "Rio sonata".
Oscilando entre momentos emocionantes - as cenas de canto de D. Diva são literalmente de cortar os pulsos - e divertidos, graças as tiradas de Nana, conhecida por suas frases cujo poder de destruição as vítimas podem falar melhor do que eu.
Nana é o oposto do politicamente correto, não poupa nada e ninguém das suas críticas ferinas, nem mesmo o Rio de Janeiro, sua cidade natal e pela qual é uma eterna apaixonada, e solta língua: "O Rio de Janeiro está desse jeito aí que vocês estão vendo. Eu posso falar mal do Rio, sou carioca do Grajaú, aquilo é a faixa de Gaza". Alfineta os tropicalistas, mesmo tendo sido casada com um: "Não sou cantora de movimentos. Não achei graça no Tropicalismo. E não o entendi até hoje". Num outro take dispara "Gente, eu me adoro cantando...", em meio a um jogo de cartas com amigos. E é verdade, Nana é um dos raros artistas - entre os vários que a vida me deu a ocasião de conhecer - que gosta de se ouvir. Sem falar, claro, nos que fazem fita esperando elogios...
Não vejo a hora do filme ser lançado em circuito comercial mas espero mesmo é que saia em DVD, só assim poderei ver e rever quando quiser as delícias ditas por Nana, pois nada melhor do que ouvi-la soltar o verbo e disparar sua metralhadora giratória. Nem Dori consegue superá-la e olha que ele é forte nesse esporte.
 
17º Vitória Cine Vídeo
CRÔNICA - RETRATO SENSSÎVEL DE UMA DIVA © A Gazeta, José Roberto Santos Neves
15/12/2010
---> online
 
Chove muito no início de "Rio Sonata". Imagens do cotidiano urbano com sua correria desenfreada - engarrafamento, pontos de ônibus lotados, trabalhadores lutando pelo pão de cada dia - aparecem na tela, tendo ao fundo a voz grave e empostada que o país aprendeu a admirar nas últimas cinco décadas. Um vendedor ambulante tenta, com um bocado de dificuldade, lembrar uma canção da artista homenageada. E, aos poucos, a fotografia dura dá lugar à exuberante paisagem do Rio de Janeiro, com a Baía de Guanabara, o verde da Mata Atlântica, o véu da neblina ao alvorecer, os pescadores na labuta diária, as ondas fortes batendo nas pedras. É a partir desse jogo de harmonias e contrastes que o cineasta franco-suíço Georges Gachot constrói seu novo documentário, sobre o papel de Nana Caymmi na música popular brasileira.
 
O filme, exibido no encerramento do 17º Vitória Cine Vídeo, ainda não entrou em cartaz nos cinemas do Estado. Uma pena. Assim como fizera em "Música é Perfume", dedicado a Maria Bethânia, Georges Gachot usa música, lirismo e delicadeza para contar a trajetória da protagonista.
 
O foco é a relação de Nana Caymmi com o Rio de Janeiro, cidade com a qual mantém uma inabalável história de amor, o que lhe deixa à vontade para tecer suas críticas ferinas: "O Rio de Janeiro está desse jeito aí que vocês estão vendo. Eu posso falar mal do Rio, sou carioca do Grajaú, aquilo é a faixa de Gaza", alfineta a cantora durante passeio de carro pela cidade.
 
"Rio Sonata" recupera imagens raras da participação de Nana Caymmi no 3º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em 1967, quando ela defendeu "Bom Dia", parceria com Gilberto Gil, com quem teve um breve casamento. Sua história é contada por ela e pelos amigos - Gil, Milton Nascimento, Maria Bethânia, João Donato, Mart?nália. O ritmo é lento, contemplativo, salvo quando a própria Nana quebra a singeleza com uma ou outra tirada sarcástica: "Eu adoro me ouvir cantando" é uma delas, durante uma partida de baralho com amigos.
 
Há dois, ou melhor, três pontos altos na narrativa. O primeiro é o momento em que Nana Caymmi fala sobre sua necessidade de silêncio e a relação com o tempo. "O tempo está presente em tudo. E o melhor é quando não o cronometramos", afirma, numa clara alusão a "Resposta ao Tempo" (1998), de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos, um de seus grandes sucessos que viraram tema de novelas e minisséries da Globo.
 
Outro destaque é o vínculo afetivo com o irmão Dori Caymmi. O depoimento de Dori, durante gravação no estúdio, é o mais revelador da obra. Ele confessa que a irmã é a sua cantora preferida e rebobina a vitória dela na etapa nacional do 1º Festival Internacional da Canção Popular, em 1966, com "Saveiros", parceria dele com Nelson Motta: "O Nelson queria que Elis cantasse. Eu falei: ?Nada disso. Quem vai cantar é a Nana?". E vai além: "Cometi um erro na tonalidade de ?Saveiros?. A música estava muito alta para a Nana. Deveria estar pelo menos um tom e meio abaixo. Ela cantou esganiçada, mas foi bem".
 
Por fim, as imagens de arquivo de Dorival Caymmi e o depoimento de Nana sobre o "Acalanto" que o pai fez para a filha coroam uma obra de rara sensibilidade e que, pela descendência direta do mestre, irá para sempre ecoar junto às forças da natureza.
 
Amazonas Film Festival em Manaus Novembro 2010
SONATA DE NANA CAYMMI © publicado por Adauto Cândido Soares
---> online
"O lugar é o Largo de São Sebastião em Manaus e o evento é o quinto dia do Amazonas Film Festival.  Muita emoção na exibição do magistral "Rio Sonata" de Georges Gachot numa produção franco-suiça. Noite bela, ao fundo o exuberante Teatro Amazonas, neste ambiente quente e acolhedor, assistimos a biografia de Nana Caymmi e ouvimos a voz de uma diva. Cantora carioca que não faz concessão quando o assunto é música. Depoimentos, imagens de arquivo, imagens da arte do cineasta francês. Um luxo, ouvir o repertório de Nana. Há muito venho pensando nela e estava mesmo sentido saudades. Mas voltou tudo. Sou um ser apaixonado e seres apaixonados não dispensam as canções selecionadas nas dezenas de discos de Nana. Tenho todos. Não tem uma música bola fora. Uma sequer que possamos dizer essa não. Uma música sequer que tenhamos o ímpeto de pulamos ao ouvir o disco de agora ou o de 30 anos atrás. Tudo está dentro. Todas tocam a alma. Todas possuem verdade. Todas falam da vida aqui neste mundo doido. Todas nos acalantam. Todas fazem chorar não de tristeza, mas de beleza.  Sim, chorar de beleza. No rico repertório tudo é escolhido pelo crivo do ouvido absoluto da grande dama da música popular brasileira. Uma mulher que vive no Rio e sofre pelo Rio.
O filme tem o Rio de Janeiro como cenário. Um cenário chuvoso, belo, triste e pobre. Apesar de tudo de bom e de mal no Brasil, nos valemos de termos uma artista da envergadura de Nana Caymmi e o relevante filme sobre sua vida e arte faz jus ao seu talento."
 
Mostra de Sao Paulo
NANA CAYMMI é DO POVO ? © Revista EPOCA, Danilo Casaletti
--->online
Desde que vi, há algumas semanas, o trailer do filme Nana Caymmi &endash; Rio Sonata, do diretor suíço Georges Gachot &endash; o mesmo de Música é Perfume, que retrata a vida e a carreira da cantora Maria Bethânia -, fiquei com essa pergunta na cabeça.
 
O vídeo mostrava imagens do povo carioca enquanto Nana cantava uma de suas músicas. Povo carioca que eu digo, é o povo mesmo. Espera no ponto de ônibus, conversa em botecos, pescadores em plena lida. Nada de calçadão da praia ou imagens do Leblon.  É claro que Nana é uma cantora popular, mas, a meu ver, um pouco longe do público que o diretor mostrou no filme.
 
Nana começou a cantar profissionalmente na metade dos anos 60. Gravou com Tom Jobim, cantou músicas dos grandes da MPB, como Dorival Caymmi, Vinícius de Moraes, Ary Barroso, João Donato, Milton Nascimento, Chico Buarque, Sueli Costa, Gilberto Gil, Dolores Duran, Fez dois discos de boleros, uma de suas grandes paixões.
 
O grande momento popular veio em 1998, quando a música Resposta ao tempo (Cristóvão Bastos e Aldir Blanc) foi incluída na abertura da minissérie Hilda Furação, da TV Globo. Nana ganhou, pela primeira depois de mais de 30 anos na estrada, um disco de ouro.
 
Ao assistir a projeção vi que, de fato, Georges Gachot trouxe o povo para dentro do documentário. Há também belas imagens de um Rio de Janeiro bucólico, o que casa perfeitamente com alguns depoimentos e músicas apresentadas por Nana.
 
E, ao longo do filme, percebi que minha pergunta (Nana Caymmi é do povo?) foi sendo respondida. Nana está, sim, mais perto do público que nós imaginamos. Vamos a algumas dessas respostas:
- Nana, em nenhum momento, faz pose diva. Deixa-se filmar jogando baralho com as amigas, de pileque ao lado de Maria Bethânia e Miúcha após um show e reclamando da "velhice" (Nana tem 69 anos). A cantora também se deixa flagrar no nervosismo da gravação de um disco (Sem poupar coração, de 2009).
- Na saída de um show, após distribuir autógrafos, um fã gaiato se sente à vontade para pedir "uma garrafa de uísque autografa" por Nana.
 - Um vendedor ambulante de vinil tenta puxar pela memória alguma música de Nana. Após pedir ajuda de um amigo, lembra várias delas e a define como "uma grande cantora".
- Mart'nália aparece para lembrar a importância para um artista estar na trilha de uma novela. Segundo ela, a canção, na maioria das vezes, é quem faz o personagem.
- Dori Caymmi, seu irmão, dá uma linda declaração de amor e diz que, apesar de algumas diferenças, estará sempre ao lado de Nana.
Mas a resposta mais forte foi me dada pelo próprio diretor Georges Gachot, quando lhe perguntei o porquê da presença do povo no documentário. "O filme fala de amor", disse. É, realmente. Tem algo mais democrático que o amor?
 
Gachot ainda revelou a bonita percepção que te de suas duas grandes estrelas &endash; Maria Bethânia e Nana Caymmi. "Bethânia é o Sol da música brasileira. Nana é a Lua".
 
Rio Sonata ainda não estreou no circuito comercial, mas foi exibido nas Mostras de Cinema do Rio de Janeiro e de São Paulo. A previsão é para fevereiro de 2011. Vale a pena ver. Em Rio Sonata, Nana está no lugar em que sempre mereceu estar.
 
 

Rio de Janeiro Intl. Film Festival 2010 - Brazilian premiere September 27th
Danilo & Nana Caymmi, Georges Gachot
Nana & Gilberto Gil
Klein Report - 21.09.2010
Schweizer Dokumentarfilm als Höhepunkt in Rio de Janeiro
In Anwesenheit des Regisseurs Georges Gachot wird der Schweizer Dokumentarfilm «Rio Sonata» am 12. Festival do Rio vom 23. September bis 7. ...
 
Speeches of Nana Caymmi, Gilberto Gil and director Georges Gachot before the film
 
© Último Segundo - iG -27.09.2010
- 'Rio Sonata' presta justa homenagem a Nana Caymmi
- Gilberto Gil: "Tenho medo de filme de vampiro"
with INTERVIEW GILBERTO GIL
- Nana Caymmi: "Feliz com a ótima homenagem de corpo presente"
with INTERVIEW NANA CAYMMI
 
NANA CAYMMI, RAINHA DA NOITE
© Estadão de São Paulo - 29.9.2010
 
 
Ego O Globo - 27.9.2010
Gilberto Gil e Glória Perez prestigiam documentário sobre Nana Caymmi no Rio
Pré-estréia aconteceu no Cine Odeon, durante o Festival de cinema do Rio.
 
Terra Brasil - 27.9.2010
Famosos e anônimos se emocionam com filme sobre Nana Caymm
 
GACHOT EXPOE NA TELA A GRANDEZA DA VOZ DE NANA
© Blog Mauro Ferreira (28.9.2010)
 
Nana & Danilo Caymmi, Gloria Peres
Joao Donato
Nana & Gilberto Gil
O MAR DE NANA SOB O OHLAR DE UM ESTRANGEIRO © O'Globo 17.2.2009 ---> online
 
Cineasta de Zurique lança filme com Nana Caymmi © Swissinfo, 14.9.2010
online--->
Por Claudinê Gonçalves, swissinfo.ch

Depois de "Música é Perfume", um belo documentário com Maria Bethânia em 2005, o cineasta franco-suíço, Georges Gachot, lança "Rio Sonata" com Nana Caymmi...

FRANCAIS

LE BRESIL BUISSONNIER DE NANA CAYMMI
Par Michel Barbey © Le Temps, 4. Februar 2012
---> PDF
Diva associée aux grandes heures de la musique brésilienne, la fille de Dorival Caymmi distille son charisme discret dans un film que Georges Gachot tient à distance des facilités folkloriques
 
Ceux que son précédent Maria Bethânia: Música é perfume a laissés pantelants d'émotion se sont déjà jetés sur ce Rio Sonata avec lequel il forme une sorte de diptyque enchanté, bulle de bonheur simple à la dérive dans l'univers très formaté des biopics à tendance hagiographique. Les autres apprendront bien un jour ce que le documentaire musical doit à Georges Gachot, réalisateur franco-suisse qui pourrait bien être à la musique brésilienne ce que Wim Wenders a été à la cubaine. L'ambition est tout autre et, partant, le dispositif mis en place pour capter le pouls d'une musique et/ou d'un pays, qui relève ici de l'artisanat assumé. Cela ne l'empêche pas d'atteindre à une poésie en tout cas égale, en authenticité et en puissance de suggestion, à celle de son prestigieux prédécesseur.
 
On partage donc, dans cette sonate sensuellement contemplative, quelques jours de la vie quotidienne d'une star saisie dans son biotope familial et sa géographie affective. Star, Nana Caymmi? Oui, et des plus grandes dans le cœur des Brésiliens, même si pour nous son Dorival de papa relève plus directement de l'icône patrimoniale. La voix accuse bien quelques problèmes de justesse, comme celle des Cubain(e) s jadis repêché(e) s par Wenders, mais qui s'en soucie dans une telle profusion de vibrations, une si complète plénitude de feeling? La béatitude est au bout de cette caméra qui s'efface si humblement devant son sujet, laisse la musique jaillir où bon lui semble au lieu de lui assigner des niches prévues d'avance dans l'économie didactique du documentaire. Cette liberté, vraie ou simulée, est ce qui donne à cet objet, apparemment destiné à rejoindre, pour s'y perdre, la masse des documentaires à visée informative, sa spécificité et en l'occurrence sa qualité de respiration. La vérité est qu'on n'en connaît pas beaucoup, des films sur le (ou sur fond de) Brésil aussi miraculeusement vierges de clichés, de concessions décoratives au génie du lieu si tentant pour une caméra.
 
Cette rigueur dans le refus du déjà-vu porte le film bien au-delà de son horizon documentaire, dans une zone affranchie de toute pesanteur démonstrative, ouverte à l'inattendu dont est tissée une vie observée sans a priori. Et il se trouve que cette sensibilité aux petites choses, à la vie quand elle cesse de gesticuler, entre en résonance intime avec la personnalité de Nana Caymmi. On en veut pour preuve cette confession atypique, assez éloignée du credo tonitruant d'une midinette de carnaval: «J'aimerais vivre avec Claude ?Debussy, dans la maison de Monet. Je passerais des après-midi avec ?Satie ou Ravel. J'aimerais avoir ce genre de vie, entourée par ces hommes.» Les hommes dont Georges Gachot l'entoure ici ne sont eux-mêmes pas les premiers venus: son ex-mari Gilberto Gil, son frère Dori Caymmi, Tom Jobim, Milton Nascimento, tous viennent livrer des témoignages au plus près du sentiment que leur inspire cette diva d'un autre âge à laquelle le Brésil veut rester fidèle. Quelques images d'archives triées sur le volet creusent çà et là la profondeur de champ, tout comme d'ailleurs ce chant des profondeurs, et le film se referme en un paradoxe plein de sens sur l'évocation, qu'on croit presque voir à l'écran, de la naissance de Nana.
 
 
FILMEURS OU CINEASTES ?
Par Freddy Buache © Le dimanche 3 avril 2011
--->PDF
En notre époque d'hyper-communication où les images de chaque message fourmillent sous la main du propriétaire d'un téléphone portable ou de quelque instrument qui tient de l'ordre du miracle, n'importe quel humain d'aujourd'hui peut fabriquer une intrigue de photographie animée. C'est pourquoi, dans ce domaine, il convient maintenant de séparer les « filmeurs » de ceux qui demeurent, malgré tout, des cinéastes capables d'organiser un récit (ou un documentaire), puis de le transformer selon ses convictions. De tels créateurs participent d'une espèce en voie de disparition qu'il ne faut pas confondre avec les habiles techniciens portés par les pouvoirs du marketing ni de la célébrité forcément passagère.
 
En Suisse, les cinéastes dignes de ce nom risquent d'échapper aux modes, gouvernementales ou médiatiques pour ne se présenter que dans les coins obscurs. Georges Gachot, auteur de l'inoubliable portrait de Maria Bethânia (2005) revient, à celui, « Rio Sonata », d'une autre chanteuse brésilienne, septentenaire, Nana Cammi, vedette populaire des cinquante dernières années, connue surtout pour ses interventions dans les « novelas » de la télévision, mais aussi par ses concerts et ses disques.
 
Dés son enfance, emportée par une passion familiale pour la musique, des rues ou classique, elle ne vit qu'avec une inspiration de chaque instant dont elle invente de poétiques rythmes qui parlent de la douceur nostalgique ou de la présence vitale de ses expériences. Gachot la suit et parvient à faire partager sa présence et sa voix avec le public, avec ses compagnons de travail au travers du paysage (la nature, le jour, la nuit, face à des silences ou des roulements de voitures) près de la plage de Copacabana, des studios d'enregistrement ou des séances de répétition que fascinent les accords qui savant rompre avec délicatesse de la mélodie des textes afin de les soulever jusqu'à l'incarnation lyrique, exaltée ou murmurées, véritable stèle en pellicule d'un morceau de civilisation.
 
DU HAUT DE NANA CAYMMI, UN DEMI SCIèCLE DE BOSSA NOVA NOUS CONTEMPLE.
© L'Hebdo, 24.3.2011
A travers témoignages et archives, ce film parfois anecdotique brosse un portrait attachant de la chanteuse, donne à entendre de superbes mélodies et évoque joliment le Brésil, ce pays où la musique est consubstantielle à la vie. o
 
LEGENDE BRESILIENNES DANS "RIO SONATA"
© Tribune de Genève, 23.3.2011
Portrait de la chanteuse brésilienne Nana Caymmi
Une voix magnifique, des légendes de la musique. Rio Sonata se centre sur Nana Caymmi, grande chanteuse brésilienne au répertoire largement dominé par la bossa-nova. Elle fut aussi l'épouse de Gilberto Gil, qui apparaît ici. Bizarrement, ce film de Georges Gachot - documentaire au demeurant classique et fort bien conçu - vient compléter un manque. On trouve relativement peu de chose sur Nana Caymmi sur le Net. Quelques liens sur YouTube, quelques discussion. Rio Sonata voyage magique emprunt de saudade. On préfère ça à du Céline Dion, allez savoir pourquoi. P.G.
 
© Le temps, Sortir, 17.3.2011
Né en Suisse en 1962, Georges Gachot a une vie et des passions qui dépassent allègrement les frontières de la douce Helvétie: depuis une dizaine d'années, il documente à sa manière, discrète mais sincère, les musiques d'ailleurs. En particulier celles du Brésil puisque, après Maria Bethânia, musica e perfurne (2005), son petit bonhomme de chemin le mène à un portrait à la chanteuse Nana Caymmi, reine de la ballade désenchantée connue aussi pour être l'ex-épouse de Gilberto Gil. Ti
 
NANA CAYMMI, VOIX LIQUIDE
Le Suisse Georges Gachot propose un portrait fasciné de la diva brésilienne
© par Arnaud Robert, Le temps, 23.3.2011
 
Il est des instants, dans ce filmamoureux, qui résument presque un siècle de musique populaire brésilienne. Tom Jobim, cheveu
huileux et whisky posé dans un pli du piano, qui murmure sous la voix de Nana. Plus tard, Maria Bethânia dans une loge,enchantée par une ballade du père supérieur, Dorival Caymmi, et Nana qui la précède sans faire grand cas du parfait équilibre de ces voix marines.
 
Après un documentaire autour de Maria Bethânia (Musica et Perfume, 2005), le réalisateur suisse Georges Gachot traque une proie plus insaisissable encore: la diva carioca Nana Caymmi, née en 1941, dotée d'une voix si profonde qu'elle n'a cessé de faire le vide autour d'elle. Une carrière pleine de faux départs et de vraie mémoire. Mariée à 18 ans à un docteur vénézuélien qu'elle quitte trois enfants plus tard pour aller conquérir un jeune Noir magnifique à la guitare bien pendue, Gilberto Gil.
 
On la voit, au milieu des années 60, alors qu'une nouvelle génération s'inventait autour de Salvador de Bahia. A ce moment précis, Nana aurait pu devenir l'une des grandes voix tropicalistes, avec Gal Costa ou Maria Bethânia; elle préfère musarder, récupérer d'anciennes bossas noyas, ne pas se laisser piéger par les mouvements culturels et les écoles musicales. Nana le dit, elle est une classique instantanée. Du genre qui désespère les producteurs et ceux qui rêvent pour elle.
 
Poétesse chavirée
Fille d'une légende de la chanson brésilienne - Dorival Caymmi, décédé en 2008, que l'on aperçoit un instant se moquer de son propre âge, canonique - Nana est décrite par ceux qui la croisent comme l'interprète ultime. Elle découpe les mots d'un souffle-scalpel dont peu de mélodies sortent intactes; elle cite Debussy, Ravel, comme des âmes brésiliennes.
 
A sa manière subjuguée, Gachot conçoit un film où la ville de Rio, les séances de studio, les archives épatantes, tout ce que Nana travers dans ses robes amples de diva fragile conspire à un portrait de poétesse chavirée. Quand il s'intéresse à ce pays, le réalisateur semble toujours se demander comment le Brésil a réussi à inventer une culture populaire, celle des telenovelas notamment, qui demeure si révolutionnaire.

DEUTSCH

Released in Switzerland - World premiere September 7th (Brasilian National Day)

RADIO DRS2, 9.10.2010

Kaffee mit Georges Gachot
 
POESIE DER DÄMMERUNG - © Züritipp. 9.9.2010
Urs Strässle
Online--->
2004 hörte der Dokumentarfilmer Georges Gachot die Sängerin Nana Caymmi zum ersten Mal live. Das war bei den Dreharbeiten seines Films über eine andere brasilianische Sängerin, Maria Bethânia. Caymmi sang mit ihrer unverwechselbaren rauchigen Altstimme das Lied «João Valentão», das von der Poesie der Dämmerung am Strand von Rio de Janeiro erzählt, wenn «die Sonne dort am Ende der Welt zerbricht».
 
Nana Caymmis Gastauftritt am Konzertabend von Bethânia war die Geburtsstunde von Gachots «Rio Sonata». Das «Rio» im Titel verdeutlicht, dass Caymmis Geburts- und Wirkungsstätte Rio de Janeiro im Film die zweite Hauptrolle spielt. Stimmungsbilder von der Dämmerung und dem Strand der Copacabana strukturieren das Porträt der 69 jährigen Sängerin Caymmi, als hätte Gachot vor allem jene Momente einfangen wollen, in denen das Leben sich verlangsamt, die Strände sich leeren und die Menschen empfänglich werden für Poesie. Selten hat man in einem Film die Hochburg des Karnevals und des Samba so still gesehen, und selten war Rio so verregnet wie in «Rio Sonata».
 
«Man schätzt die Zeit erst, wenn sie weg ist», sagt Caymmi zu Beginn des Filmes. Und später: «Alt werden ist eine Strafe.» Die Dämmerung verbildlicht beides: den Verlust von Zeit und deren Zur-Neige-Gehen. Caymmis Gesang ist wie ein klagender Protest gegen das Altern, ist Melancholie und Leidenschaft zugleich. Namhafte Weggefährten Caymmis und Komponisten, die oft Lieder exklusiv für sie geschrieben haben, bezeugen denn auch, dass für die begnadete Sängerin Kunst und Leben eins sind.
Natürlich spielt in «Rio Sonata» auch die soziale Umgebung der Sängerin - zumal ihre Familie - eine wichtige Rolle. Wie Bethânia entstammt auch die klassisch geschulte Caymmi einer Musiker- Dynastie. Schon ihre Mutter war Sängerin, und ihr Vater Dorival wie auch ihr Bruder gleichen Namens, die ihr einige wunderbare Songs gewidmet haben, gehören zu den angesehensten Komponisten in Brasilien. Ihre Karriere lancierte sie als drei-fache Mutter erst ab 1966, und obwohl Nana selber in zweiter Ehe mit Gilberto Gil, dem Begründer des Tropicalismo (und Ex-Kulturminister Brasiliens) verheiratet war, blieb sie musikalisch immer ihren Wurzeln verbunden: der Klassik, dem Jazz, dem Bossa nova und der sogenannten Musica popular brasileira. «Ich singe, was ich mag», sagt Caymmi; der Tropicalismo gehörte nicht dazu. Dass die Musik Caymmis Leben ist, macht Gachots Film eindringlich klar. Sie geht so darin auf, dass sie als Person merkwürdig unscharf bleibt.
 
DEBUSSY AM ZUCKERHUT - © Basler Zeitung, 9.9.2010
Hans Keller
Ein wunderbar geniesserisches Porträt der brasilianischen Sängerin und Lebenskünstlerin Nana Caymmi.
Die Kritik an diesem überaus reizvollen Film dürfte absehbar sein: Er zeige nur die schönen Seiten von Rio de Janeiro und stecke voller Klischees &endash; als wenn nicht grosse Teile des Lebens aus eben solchen bestünden. «Rio Sonata» handelt für einmal nicht von einer Tellerwäscherkarriere, sondern von einer charismatischen 68-jährigen Sängerin, die das Glück hatte, mit Dorival Caymmi einen der bedeutendsten Musiker der brasilianischen Popmusik zum Vater gehabt zu haben.
 
«Rio Sonata» zeigt in bestechenden Bildern, wie eine selbstbewusste Frau unbeirrt ihre Ziele anpeilt. Eigenwillig und resolut &endash; die grossen Porträtaufnahmen von Nanas Gesicht mit den kecken Augenschlitzen verraten dies &endash;, startete sie eine Karriere als Sängerin. Typischerweise schloss sie sich nie einem Zeittrend an. Sie möge keine Schubladen und lasse sich vor allem von Komponisten wie Debussy inspirieren.
 
Telenovela. Zu solchen Statements gleiten Schiffe vor Rio durchs abendliche Meer, Wolken ziehen über Baumwipfel dahin, Strassen glänzen im Regen: Das Bekenntnis Nanas zu den Impressionisten inspirierte den schweizerisch-französischen Regisseur Gachotzu Bildern, in welchen er seinem persönlichen Gusto optisch Ausdruck verleihen konnte. Nanas Vorliebe für ruhige Lieder mit Texten über die Sehnsucht nach der Liebe an sich, machten sie zur perfekten Telenovela-Sängerin. Für diese Endlosserien über das Auf und Ab im Leben interpretierte sie zahlreiche Songs, was ihr &endash; selbst harte Jungs rühmen sie im Film dafür &endash; zu ungeheurer Popularität verhalf.
«Rio Sonata» ist ein erhellender Einblick in eine für uns fremde Musikkultur.
 
© Neue Zürcher Zeitung, 9.9.2010
Grey Krebs
Georges Gachot, in Frankreich geborener, als Pianist ausgebildeter und heute in Zürich lebender Regisseur, der sich mit «Martha Argerich» (2002) einen Namen gemacht hat mit so gefühlvollen wie bildgewaltigen und von Dissonanzen freien musikalischen Porträts, findet hier ein Sequel seines letzten Brasilien-Films «Maria Bethânia». Im Zentrum steht nun mit der Sängerin Nana Caymmi eine Weggefährtin und Altersgenossin Bethânias. Hinsichtlich Stimmgewalt, Pathos und Selbstverliebtheit übertrifft die 69-Jährige die fünf Jahre jüngere Bethânia um einiges. Was nichts über die stupenden musikalischen und visuellen Qualitäten (Kameramann war teilweise der vor zwei Jahren verstorbene Matthias Kälin) dieser in reinem Idyll und Wohlklang schwelgenden Sonate aussagt.
 
© Zürichsee Zeitung, 9.9.2010
"Rio Sonata" ist, wie wie, alle Gachot-Filme, klangtechnisch ein kleines Wunderwerk.
 
Radio DRS 2, 11.9.2010
"Hilfe! Wir haben eine Verrückte gezeugt" von Cecile Olhausen (PODCAST--->)

SPANISH

Alejandro Ricagno (escritor) en la Otra Radio, el 17 de junio del 2012.
"Para mí es el gran documental sobre un músico, de los últimos años". Asi define Alejandro Ricagno a Río Sonata, la película de Georges Gachot sobre la cantante Nana Caymmi. En La Otra Radio,
Part 1 ( Youtube)
Part 2 (Youtube)

Buenos Aires - Festival DocBSas 2010

Georges Gachot: "El desafío es que el público sienta la fuerza de cada artista"

© Clarin - N Digital, 25.10.2010
---> online
por Victoria Reale
El cineasta francés Georges Gachot conoció a la protagonista de su último filme mientras realizaba un documental sobre la megaestrella María Bethânia. Con un perfil mucho más bajo, Nanna Caymmi, hija del gran compositor brasileño Dorival Caymmi, interpretaba una canción de su padre en el show Brasileirinho de la cantante bahiana. Y hubo algo que lo fascinó acerca de su voz y de su interpretación. Gachot, que reside en Suiza, pasó por Buenos Aires para presentar en el DocBsas/10 "Río Sonata", la película que hizo sobre Nanna. Esta vez el foco del autor de "Martha Argerich, conversación nocturna", está puesto no solamente en la trayectoria de esta cantante, que fue esposa de Gilberto Gil y musa de Milton Nascimento, sino también en los últimos 50 años de la música brasileña.
-En "Río Sonata" usted construye un retrato emotivo y fresco de Nanna Caymmi. ¿Cómo trabajó para lograr ese clima?
-Es como ella es realmente, una mujer que se ocupa de sus hijos y de su casa, muy diferente a Bethânia que no tiene familia. Nanna siempre está cantando en su casa, la música la acompaña cada minuto. Otra cosa que me pareció importante transmitir fue su tiempo interior, que es muy lento. Ella prefiere conectarse con la naturaleza antes que estar pendiente de los medios de comunicación o de Internet.
-Nanna es hija de uno de los compositores más reconocidos del Brasil. ¿Por qué ella prefirió mantener un perfil bajo como artista?
-Nanna creció en una familia muy famosa. Su padre Dorival era un músico muy reconocido y su hermano Danilo también, pero ella nunca tuvo la ambición de convertirse en una estrella. Ella tiene un don para la interpretación musical, puede cantar "pianissimo" que es una intensidad de sonido muy difícil de lograr. Se casó a los 18 años con un médico venezolano y se fue a vivir a Venezuela. En 1966 se divorció y volvió a vivir a Río de Janeiro con sus tres hijos, y comenzó su carrera profesional como una forma de mantener a su familia.  Ese año ganó un festival de música con la canción "Buen día" que había compuesto junto a Gilberto Gil, que en ese momento era su pareja. A fines de enero de 1971, mientras Vinicius De Moraes, Toquinho y Maria Bethânia estaban grabando su disco "La Fusa" en Buenos Aires, Nanna estaba grabando un disco aquí también.
-Sus películas tienen un fuerte componente musical. ¿Cómo trabaja el montaje?
-Generalmente trabajo de ocho meses a un año y medio en el montaje musical, que es lo que define la estructura del filme. Por ejemplo tanto en el de Bethânia como en el de Nanna hay 32 canciones. Tuve que realizar una selección dentro de su gran repertorio, teniendo en cuenta también que hubiera una continuidad en los ritmos. Si el repertorio que se elige no es bueno, el filme no funciona.
-Usted realizó en 2001 el filme "Martha Argerich, conversación nocturna", pero recién pudo estrenarlo en nuestro país en 2009. ¿Sabe por qué Argerich impidió su estreno? ¿Cómo pudo solucionarlo?
- Martha nunca firmó un contrato de exclusividad con nadie. Mientras estaba realizando el film no logré que firmara un permiso para poder utilizar su imagen. Cuando la película estuvo finalizada ella la vio y le gustó. Me dijo que era un film honesto y fiel. El distribuidor me pidió que tuviera un contrato firmado para poder estrenar y ahí  empezaron a aparecer otros intereses dentro de su familia, ya que iban a realizar otro film sobre su figura. Finalmente en 2009 logré que firmara el mismo contrato que le había ofrecido en 2001 y pude estrenar. 
-¿Qué tipo de desafíos implica filmar con grandes artistas?
-Como mis películas no son biografías completas, para mí el primer desafío es que el público sienta la fuerza de cada artista. Luego en el rodaje hay que aceptar lo que desea hacer la artista. Si ese día no quiere rodar, no se rueda. Es importante como cineasta saber que cada minuto en que la cámara está grabando vale oro. Porque de un momento a otro tus protagonistas pueden cambiar de idea y no podes filmar más.  
-¿Qué otro consejo le daría a un realizador que tenga que trabajar con este tipo de personalidades?
-Es importante ser honestos y no actuar como si todo lo que hacen te gustara. Tanto Martha como Bethânia prefieren que le hagas una crítica sobre alguna de sus interpretaciones a que les mientas.
 
Gachot Básico
Nació el 8 de octubre de 1962 en Francia. Comenzó tocando piano a los 5 años, y a los 18 abandonó París para estudiar ingeniería eléctrica en Suiza. Al mismo tiempo cursó estudios de piano y musicología. Sus primeros pasos en el cine los dio en 1985, al convertirse en actor y en asistente de producción en compañías suizas. Desde 1988, se dedicó de lleno a trabajar en la realización de películas de música clásica. A partir de 1993 incursionó en el campo de las biografías de músicos y compositores. Algunos de sus filmes son: "Rio Sonata", (2010), "15 años de Kantha Bopha", (2007); "Maria Bethânia, música y perfume", (2005);"Geld oder Blut", (2004); "Martha Argerich, Conversación nocturna", (2002); "And The Beat Goes On", (2000).
 
LA VOZ Y SU MUSICALIDAD
© Pagina 12, 4.11.2010
--->online
El cineasta francés Georges Gachot, residente en Suiza, abordó aspectos de la vida de la cantante brasileña Nana Caymmi. Antes había hecho un documental sobre Martha Argerich.
Por Oscar Ranzani
Desde que en 1960 grabó por primera vez en un estudio, la cantante brasileña Nana Caymmi se fue transformando, a lo largo de estos cincuenta años, en uno de los emblemas de la música popular de su país. Al igual que Caetano Veloso, María Bethânia o Gilberto Gil &endash;del que fue su mujer&endash;, entre otros grandes, Caymmi ocupa un lugar de privilegio en la camada de músicos prestigiosos que ha dado Brasil. Pero mucho antes de que se lanzara a cantar masivamente, lo hacía en su casa: con tan solo dos años, la pequeña Nana ya mostraba su talento, gracias a la educación musical que recibió de su padre, el legendario Dorival Caymmi. Quizá porque la música no tiene fronteras, el cineasta francés Georges Gachot, residente en Suiza, decidió abordar parte de la vida de Nana en el documental Río Sonata, alternando sus testimonios con momentos filmados en la intimidad de un estudio de grabación, pero también amplificando su figura en sus conciertos. Y con el agregado de momentos memorables como, por ejemplo, cuando se la ve compartiendo una charla con María Bethânia en un camarín, o bien cuando gracias al material de archivo conseguido, aparece muy joven cantando con Gilberto Gil. El documental se completa con testimonios de músicos influyentes como Milton Nascimento, quien considera que Nana ha sido su musa inspiradora. Río Sonata se exhibirá hoy a las 17 en la Sala Leopoldo Lugones del Teatro San Martín (Corrientes 1530), como parte de la programación de la décima edición del Doc Bs As.
No es la primera vez que Gachot trabaja sobre una artista brasileña: hace cinco años había elaborado otro film sobre María Bethânia que se conoció en Buenos Aires en el Bafici 2006. Autor de numerosos documentales de músicos y compositores, Gachot también reflejó la vida y obra de la notable pianista argentina Martha Argerich en Conversación nocturna (2002). Por lo tanto, puede asegurarse que la principal característica de este documentalista radica en la elección de artistas extranjeros. Además, Gachot es también músico. "Esos conocimientos sobre música me sirvieron para el cine porque buscaba un medio donde expresarme", dice Gachot a Página/12. La idea de Río Sonata nació cuando el cineasta estaba realizando el documental María Bethânia-Música y perfume. "Nana Caymmi fue invitada a un concierto suyo en 2004. Cantó un tema y me llegó mucho. De pronto, me dieron ganas de hacer un documental sobre Nana porque me impresionó lo que hizo", agrega.
- Brasil ha sido una cantera de músicos de prestigio.
- Es un mundo musical extremadamente rico, con mucha variedad y muy interesante. En particular de Nana Caymmi, siempre me impresionó la influencia de la música clásica. Es una artista de la Música Popular Brasileña (MPB) que canta como si fuera de ópera. Eso es algo que vi muy poco. Pero no creo que Brasil sea una fábrica de cantantes, porque son todos distintos.
- ¿Qué le sorprendió de Nana Caymmi que desconocía antes de hacer el documental?
- Su voz y su musicalidad.
- ¿Y qué encuentra de particular en su voz?
- Es muy articulada; es decir, puede articular algo así como un sentimiento musical. Los cantantes que no son muy buenos, para expresarse tienen que forzar su voz. Y Nana expresa y articula con cosas pequeñas.
- ¿Por qué Nana Caymmi es considerada la musa de Milton Nascimento? ¿Qué le contó sobre este aspecto?
- Tiene una particularidad: el oído perfecto. Puede hacer cosas con su voz que muy pocos músicos son capaces de hacer. Nana es una intérprete perfecta para Milton. Por ejemplo: ella canta una nota, luego baja un poquito, y posteriormente, sube de nuevo. Es una articulación muy especial y muy típica de ella. Y para Milton es perfecta porque él compone especialmente para la voz.
- ¿Qué cree usted que busca expresar Nana Caymmi a través del canto?
- El amor. Es todo.
- ¿Por qué sus documentales se focalizan preferentemente en artistas extranjeros y no en artistas del país donde nació o en el que reside?
- Hago películas sobre lo que amo y me gusta. Y si Nana Cay-mmi hubiera sido suiza, habría hecho también una película sobre ella. No me interesa el origen de donde proviene un músico.
- ¿Qué recuerdos tiene del documental que hizo sobre Martha Argerich?
- Es una película clave dentro de mi filmografía porque siento su música muy cercana a mí.
- ¿Qué encuentra de cinematográfico en la vida de los músicos y compositores que elige para sus documentales?
- La primera motivación es la música. También, la fuerza de estos personajes, la historia y la personalidad de cada uno.
 
© La Nacion, 14.10.2010
Rio Sonata, de Georges Gachot. Experto en música (ya trabajó sobre figuras como Maria Bethânia y Martha Argerich), Gachot se sumerge ahora en el apasionante universo artístico e íntimo de Nana Caymmi, hija del mítico Dorival Caymmi, ex esposa de Gilberto Gil y musa de -entre otros- Milton Nascimento. Una excelente manera de conocer a una eximia cantante y, también, de acercarse a los últimos 50 años de música brasileña.

Back to RIO SONATA